quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Room

Direção: Lenny Abrahamson, 2015.
Um drama psicológico existencialista. O longa conta a história de Jack (Jacob Tremblay) e sua Mãe (Brie Larson), que vivem num quarto minúsculo e o garoto não conhece o mundo fora disso (além do que vê na televisão, mas crê que tudo seja fantasia). Jack completou cinco anos, enquanto sua mãe está por lá há pelo menos sete, e o criou sozinha, o ensinando a ler, escovar os dentes, cozinhar, etc. O garoto, que não acreditava que havia um mundo fora do quarto, acaba se questionando e instigado pela curiosidade, topa fugir. Aos poucos, ambos começam a planejar a fuga do local para Jack conhecer o mundo lá fora, com árvores, cachorros, grama e seus avós.

Brie Larson, vencedora do Globo de Ouro 2016 como melhor atriz em filme dramático, e o jovem Jacob Trembley estão excepcionais nesse filme. Sempre me surpreendo com crianças arrasando nas atuações, e Jacob me lembrou um pouco de Noah Wiseman (The Babadook, 2014), porém com uma carga dramática maior e um material melhor para explorar sua atuação, principalmente pelo roteiro. O roteiro ajuda muito a construir a relação mãe-filho dos dois, que são muito próximos, e junto com as atuações fazem você comprar a história de amor, amizade e companheirismo dos dois, é muito crível. Há ainda diálogos (e monólogos) existencialistas, do garoto se perguntando sobre o mundo lá fora e de como ele via o mundo como seu quarto minúsculo. Outro ponto interessante a ser observado são as cenas no quarto, extremamente claustrofóbicas, sujas, feias, com uma pequena abertura para a luz do sol entrar, dando um contraste entre o mundo lá fora e o quarto.


O longa tem uma carga dramática muito grande, com algumas partes tensas, outras alegres e até fofas, porém o que mais impacta são as partes trágicas. Várias cenas me fizeram chorar, tanto de alegria quanto de tristeza, pois o filme nos traz uma montanha russa de emoções, e quanto mais você se encanta pelos personagens e a história deles, mais você é atingido com as consequências do nosso mundo para aquelas pessoas que estiveram isoladas há tanto tempo. Atuações e roteiro juntos, com uma ótima direção, fazem desse um dos melhores filmes do ano passado, com uma nota dez, não poderia ficar de fora das premiações desse ano.

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