Direção: Ang Lee, 2005. |
Um
lindo e importantíssimo romance dramático. O filme conta a história de Jack
(Jake Gyllenhaal) e Ennis (Heath Ledger), que vão trabalhar juntos durante um
tempo pastoreando algumas ovelhas na montanha de nome Brokeback. Durante esse
tempo juntos e isolados do resto do mundo, acabam se apaixonando e tendo um
relacionamento. Porém, Ennis está para se casar com uma mulher com quem mantém
um relacionamento, e após esse período na montanha eles acabam rompendo essa
relação e tanto Ennis quanto Jack seguem suas vidas. Mas o que eles viveram foi
muito profundo e inesquecível para ambos, e eles voltam a se encontrar após
quatro anos, mantendo uma relação extraconjungal durante cerca de 20 anos. Tudo
isso num sudoeste norte-americano na década de 1960 e 1970.
Por
se passar nessa região norte-americana, a fotografia do filme capta bem a
natureza do local, nos dando planos belíssimos de florestas, lagos e animais. Considero
um filme importante, pois qualquer longa que aborde algum tema LGBT de forma
sincera, profunda e não pejorativa merecem destaque para combater o preconceito
enraizado durante séculos na sociedade. A história é muito linda, mas por se
passar num determinado local e numa determinada época, há muito sofrimento por
parte dos protagonistas, que tendem a manter seus relacionamentos com as
esposas mesmo estando todos infelizes naquele meio. A relação de Jack com Ennis
é muito envolvente, e após o período de quatro anos que eles estiveram
afastados inicialmente, o reencontro deles é uma das cenas mais lindas que vi
ultimamente e percebe-se uma sintonia entre os atores. Falando em atuações, o
elenco, além de Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, conta ainda com Anne Hatthaway
e Michelle Williams, que estão ótimas nos papéis. Mas realmente, se o
filme fosse duas horas de Jake Gyllenhaal com Heath Ledger seria incrível
também, com atuações sinceras, contidas, críveis, onde Gyllenhaal faz o rapaz
sonhador que está disposto a largar tudo e viver seu romance apesar de todos os
preconceitos e julgamentos da sociedade, enquanto Ledger faz o rapaz mais
conservador que tem medo que alguém descubra esse relacionamento, e apesar de
estar infeliz com toda a situação, não tem coragem de assumir a
homossexualidade.
Como
falei, é uma história linda, mas com uma profunda infelicidade e tristeza
nítidas nos personagens. Apesar dos esforços para manter suas famílias com um
pouco de dinheiro, suas esposas um pouco contentes, e conseguir se encontrar
nas montanhas durante algum tempo escondidos de todo mundo, a melancolia e
tragédia prevalecem. Os diálogos entre os protagonistas são ótimos, nos
envolvendo na paixão dos dois, e nos entristecendo a cada vez que se afastam.
Importante ainda falar dos diálogos entre os maridos e as esposas: conversas
rasas, sem emoção e com um profundo desgaste nas feições deles, chegando a
perecer que um “relacionamento por telefone” não seria diferente. O roteiro, a
fotografia e as atuações me envolveram tanto que não teria outra nota a não ser
10 para esse filme.
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