quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Brokeback Mountain

Direção: Ang Lee, 2005.
Um lindo e importantíssimo romance dramático. O filme conta a história de Jack (Jake Gyllenhaal) e Ennis (Heath Ledger), que vão trabalhar juntos durante um tempo pastoreando algumas ovelhas na montanha de nome Brokeback. Durante esse tempo juntos e isolados do resto do mundo, acabam se apaixonando e tendo um relacionamento. Porém, Ennis está para se casar com uma mulher com quem mantém um relacionamento, e após esse período na montanha eles acabam rompendo essa relação e tanto Ennis quanto Jack seguem suas vidas. Mas o que eles viveram foi muito profundo e inesquecível para ambos, e eles voltam a se encontrar após quatro anos, mantendo uma relação extraconjungal durante cerca de 20 anos. Tudo isso num sudoeste norte-americano na década de 1960 e 1970.

Por se passar nessa região norte-americana, a fotografia do filme capta bem a natureza do local, nos dando planos belíssimos de florestas, lagos e animais. Considero um filme importante, pois qualquer longa que aborde algum tema LGBT de forma sincera, profunda e não pejorativa merecem destaque para combater o preconceito enraizado durante séculos na sociedade. A história é muito linda, mas por se passar num determinado local e numa determinada época, há muito sofrimento por parte dos protagonistas, que tendem a manter seus relacionamentos com as esposas mesmo estando todos infelizes naquele meio. A relação de Jack com Ennis é muito envolvente, e após o período de quatro anos que eles estiveram afastados inicialmente, o reencontro deles é uma das cenas mais lindas que vi ultimamente e percebe-se uma sintonia entre os atores. Falando em atuações, o elenco, além de Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, conta ainda com Anne Hatthaway e Michelle Williams, que estão ótimas nos papéis. Mas realmente, se o filme fosse duas horas de Jake Gyllenhaal com Heath Ledger seria incrível também, com atuações sinceras, contidas, críveis, onde Gyllenhaal faz o rapaz sonhador que está disposto a largar tudo e viver seu romance apesar de todos os preconceitos e julgamentos da sociedade, enquanto Ledger faz o rapaz mais conservador que tem medo que alguém descubra esse relacionamento, e apesar de estar infeliz com toda a situação, não tem coragem de assumir a homossexualidade.


Como falei, é uma história linda, mas com uma profunda infelicidade e tristeza nítidas nos personagens. Apesar dos esforços para manter suas famílias com um pouco de dinheiro, suas esposas um pouco contentes, e conseguir se encontrar nas montanhas durante algum tempo escondidos de todo mundo, a melancolia e tragédia prevalecem. Os diálogos entre os protagonistas são ótimos, nos envolvendo na paixão dos dois, e nos entristecendo a cada vez que se afastam. Importante ainda falar dos diálogos entre os maridos e as esposas: conversas rasas, sem emoção e com um profundo desgaste nas feições deles, chegando a perecer que um “relacionamento por telefone” não seria diferente. O roteiro, a fotografia e as atuações me envolveram tanto que não teria outra nota a não ser 10 para esse filme. 

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