Direção: Alfonso Gomez-Rejon, 2015. |
Um
filme
tragicamente lindo. O filme conta a história
de Greg (Thomas Mann), um garoto que está terminando o ensino médio e tem a sua
vida transformada radicalmente. Greg é um garoto invisível na escola, possui
apenas um amigo de nome Earl (RJ Cyler), e não tem pretensão nenhuma de ir para
a faculdade, sem planos para o futuro. Sua vida muda quando uma garota da sua
escola, Rachel (Olivia Cooke), descobre que tem leucemia, e a mãe de Greg o
obriga a passar algum tempo com a pobre garota. A partir daí nasce uma bela
amizade e o longa se desenvolve.
Parece
um filme bobo adolescente, clichê e sem nada a acrescentar. Mas talvez não seja.
O filme lembra muito de The Fault In Our Stars (2014), com a mesma trama, um
casal principal e um amigo, doenças terminais e relacionamentos. Aqui, o que o
longa de 2014 tem de romance, este daqui tem de amizade. Senti uma
originalidade por parte da direção, com muita firmeza, o diretor sabe o que
quer nos mostrar e nos dá algo singular, com um desenvolvimento de personagens
muito bom, um roteiro bem fechado com um final lindo, uma ambientação característica
de filmes adolescentes “indies”. Assim
como em The Perks of Being a Wallflower (2012), o longa nos traz alguns
questionamentos sobre esse “ser invisível na escola”, sobre o não pertencimento
a um grupo específico, sobre toda a complexidade que parece ser esse high school
norte americano. Ainda há alguns pontos característicos de filmes adolescentes
atuais, como não saber o que fazer no futuro, não ter uma faculdade certa,
estar indeciso, confuso, com uma pressão familiar indesejada e a complexidade
dos relacionamentos.
Com
tantas referências assim, parece ser uma mistura de tudo, uma reciclagem,
pegando pontos positivos dos filmes e colando em um só. Mas eu achei este muito
mais profundo e bonito que os outros, trabalhando bem alguns clichês. O longa
faz ainda uma homenagem ao cinema de uma forma geral, que me lembrou de The
Wolfpack (2015), mas aqui Greg e Earl fazem paródias de filmes clássicos de uma
forma cômica e trash. Destaco também as atuações, principalmente a Olivia Cooke
que está incrível, dramática e engraçada, diferente de outros papéis que ela
fez nos filmes de sua carreira, mas semelhante a sua personagem em Bates Motel
(2013-). Me and Earl and the Dying Girl é um filme comovente, dramático,
intenso e belo, que me envolveu bastante, a ponto de dar uma nota 9 por mexer
de tal forma com nossas emoções. Aliás, infelizmente vi esse filme em 2016, mas
entraria facilmente entre os melhores do ano passado.
Nenhum comentário :
Postar um comentário