segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Bicho de Sete Cabeças

Direção: Laís Bodanzky, 2001.
Um drama psiquiátrico nacional. O filme conta a história de Neto (Rodrigo Santoro), um jovem que não tem uma ligação forte com seus pais, e junto com seus amigos acaba se envolvendo com maconha. Como a convivência em casa não é muito boa, algumas brigas acabam acontecendo, até que seu pai (Othon Bastos) descobre um cigarro de maconha junto com as coisas de Neto. O pai, conversando com a família para procurar uma solução para o caso, acaba internando o jovem num hospital psiquiátrico, pois segundo ele (e a mídia) a maconha era uma droga viciante e que a partir dali a situação só pioraria.

O longa é ótimo, porém conta com algumas situações familiares para quem conhece outras obras sobre hospitais psiquiátricos, principalmente One Flew Over The Cuckoo’s Nest (1975) e Girl, Interrupted (1999). Algumas cenas, diálogos e personagens remetem bastante ao longas citados anteriormente, o que propõe uma falta de originalidade, mas aqui trata-se de uma adaptação de um livro (Canto dos Malditos), que por sua vez é baseado em acontecimentos reais, ou seja, são situações recorrentes nos hospitais psiquiátricos tanto no Brasil como no exterior, infelizmente. As atuações são muito boas, com Rodrigo Santoro decolando no cenário nacional, mas gostaria de destacar também o personagem de Gero Camilo, um interno do hospital.


A familiaridade do filme é encoberta pela originalidade da direção e sua adaptação para o cenário nacional. Interessante observar algumas críticas feitas sobre a relação da juventude da virada do milênio com seus pais e a escola, o vício e as maneiras como são entendidos pela mídia e sociedade, a diferença (ou não) entre droga e remédio, a superlotação, e principalmente os cuidados e a situação dos internos nesses hospitais psiquiátricos, o modo como é feito o tratamento. E afinal, um tratamento para quê? O Bicho de Sete Cabeças tem uma temática forte, um pouco familiar porém com reflexões pertinentes na nossa sociedade e de suma importância, com uma nota 9, é um dos grandes nomes do cinema nacional.

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